quarta-feira, 23 de março de 2016

Estudo Bíblico Os Três Inimigos do Homem: o Mundo

Mundo conforme aparece na tradução para o português da Bíblia são quatro palavras no original: kosmos, oikoumene, aion e gê.
A palavra KOSMOS tem o significado de harmonia em contraste com kaus que é desarmonia. Quando Deus fez a criação a terra era sem forma e vazia – kaus. Quando Deus termina a criação esse kaus se transforma em kosmos, harmonia.
Significado Geral: podemos ver pelo menos três formas de uso para kosmos: ¹ At. 17.24 o mundo, a terra, tudo o que nela há como criação de Deus. ² Jo. 3.16 o mundo como as pessoas que moram no planeta. ³ 1Jo. 2.15-17 as instituições humanas estabelecidas à parte de Deus, sendo encabeçadas por satanás. Um sistema satânico guiado por satanás e dominado pelo pecado. Usado por Pedro: Pedro usa a expressão cosmos em três tempo: passado 2Pe. 3.5-6 mundo antes do dilúvio; presente 2Pe. 3.7 os céus e a terra no tempo presente; futuro 2Pe. 3.13 novo céu e nova terra em um mundo vindouro.
Outra palavra usada é OIKOUMENE:  o mundo habitado diferente daquele em que não se pode morar. Mt. 24.14 significado profético e da pregação do evangelho do reino.
AION: Mt. 12.32; 13.22,39,40,49; 21.19; 24.3; 28.20. significa tempo, era, período de tempo. Inicialmente significava o tempo de vida de um homem sobre a terra. Depois passou a significar qualquer período de tempo, tempo ilimitado, seja passado ou futuro: Hb. 11.3; 1.2. Deus é o criador dos tempos, das eras. Rm. 16.25 nos tempos passados; 2Tm. 1.9; Tt. 1.2 “antes dos tempos eternos”
GÊ significa o planeta terra. Mt. 6.10; 9.6; Mc. 2.10; Lc. 2.14
Mundanismo
Pedro e Paulo defendiam a separação protetora do mundo, mas não o fim do envolvimento nas necessidades humanas. Afastado do mundo, a missão de o salvar se tornaria impossível. O mundo jaz no maligno 1Jo. 5.19; a sociedade organizada contra Deus. Mas mesmo assim Cristo morreu em favor dele 1Jo. 2.2.
Existe ma tensão entre o exercício do ministério no mundo e a separação dele. No contexto romano esse afastamento acontecia à medida que os cristãos se afastavam do cotidiano mundano com práticas como teatro, jogos e a devassidão do mundanismo. Gradativamente a separação foi se tornando cada vez mais forte até que surgem os mosteiros onde os cristãos se isolavam totalmente da vida social e se dedicavam à orações e leitura de partes da bíblia que tinham lá. Surgiu a idéia de que eles deveriam se abster do casamento. Roma passou a alimentar as ambições de poder de alguns membros da igreja dando cargos aos cristãos. Ai surge dois tipos de cristãos: ¹ os que se dedicavam à religião chamados de religiosos; ² e os que compartilhavam do mundo, chamados de leigos.
Agostinho afirmava que os cristãos devem fazer uso das coisas do mundo sem se deleitar nelas. Aquino queria que o mundo fosse governado por suas leis naturais. Lutero afirmava que o reino da graça era contrastado com o assim chamado reino da mão direita de Deus: “o mundo secular”. Os cristãos vivem nos dois. Há uma tensão nesse viver cristão: ser do mundo sem participar dele. Calvino queria restaurar o mundo por meio da disciplina. A religião teria um alcance geral. Os Puritanos afirmavam que o mundo é uma feira de vaidades, por onde se deve passar em direção à cidade celestial. O problema não é o mundo em si, mas o mundanismo, o desejo dos caminhos e das recompensas dele.
 O cristão vive em sua vida a tensão entre o mundanismo e o anti-mundanismo, não sendo do mundo, mas sendo liberto dele e enviado de volta para lá. Vive ali a fim de ser ministro do mundo, mirando no porvir, sabendo que o mundo é tudo que nele existe pertence à Deus.

Nossa vida deve sempre ser direcionada para Deus. O que não vem do alto é mundano, animal e diabólico Tg. 3.15. Tudo passa, mas o que faz a vontade de Deus permanece para sempre.

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