Mundo conforme
aparece na tradução para o português da Bíblia são quatro palavras no original:
kosmos, oikoumene, aion e gê.
A palavra KOSMOS
tem o significado de harmonia em contraste com kaus que é desarmonia. Quando
Deus fez a criação a terra era sem forma e vazia – kaus. Quando Deus termina a
criação esse kaus se transforma em kosmos, harmonia.
Significado
Geral: podemos ver pelo menos três formas de uso para kosmos: ¹ At. 17.24 o
mundo, a terra, tudo o que nela há como criação de Deus. ² Jo. 3.16 o mundo
como as pessoas que moram no planeta. ³ 1Jo. 2.15-17 as instituições humanas
estabelecidas à parte de Deus, sendo encabeçadas por satanás. Um sistema
satânico guiado por satanás e dominado pelo pecado. Usado por Pedro: Pedro usa
a expressão cosmos em três tempo: passado 2Pe. 3.5-6 mundo antes do dilúvio;
presente 2Pe. 3.7 os céus e a terra no tempo presente; futuro 2Pe. 3.13 novo
céu e nova terra em um mundo vindouro.
Outra palavra
usada é OIKOUMENE: o mundo habitado
diferente daquele em que não se pode morar. Mt. 24.14 significado profético e
da pregação do evangelho do reino.
AION: Mt. 12.32;
13.22,39,40,49; 21.19; 24.3; 28.20. significa tempo, era, período de tempo.
Inicialmente significava o tempo de vida de um homem sobre a terra. Depois
passou a significar qualquer período de tempo, tempo ilimitado, seja passado ou
futuro: Hb. 11.3; 1.2. Deus é o criador dos tempos, das eras. Rm. 16.25 nos
tempos passados; 2Tm. 1.9; Tt. 1.2 “antes dos tempos eternos”
GÊ significa o
planeta terra. Mt. 6.10; 9.6; Mc. 2.10; Lc. 2.14
Mundanismo
Pedro e Paulo
defendiam a separação protetora do mundo, mas não o fim do envolvimento nas
necessidades humanas. Afastado do mundo, a missão de o salvar se tornaria impossível.
O mundo jaz no maligno 1Jo. 5.19; a sociedade organizada contra Deus. Mas mesmo
assim Cristo morreu em favor dele 1Jo. 2.2.
Existe ma tensão
entre o exercício do ministério no mundo e a separação dele. No contexto romano
esse afastamento acontecia à medida que os cristãos se afastavam do cotidiano
mundano com práticas como teatro, jogos e a devassidão do mundanismo.
Gradativamente a separação foi se tornando cada vez mais forte até que surgem
os mosteiros onde os cristãos se isolavam totalmente da vida social e se
dedicavam à orações e leitura de partes da bíblia que tinham lá. Surgiu a idéia
de que eles deveriam se abster do casamento. Roma passou a alimentar as
ambições de poder de alguns membros da igreja dando cargos aos cristãos. Ai
surge dois tipos de cristãos: ¹ os que se dedicavam à religião chamados de
religiosos; ² e os que compartilhavam do mundo, chamados de leigos.
Agostinho
afirmava que os cristãos devem fazer uso das coisas do mundo sem se deleitar
nelas. Aquino queria que o mundo
fosse governado por suas leis naturais. Lutero
afirmava que o reino da graça era contrastado com o assim chamado reino da mão
direita de Deus: “o mundo secular”. Os cristãos vivem nos dois. Há uma tensão
nesse viver cristão: ser do mundo sem participar dele. Calvino queria restaurar o mundo por meio da disciplina. A religião
teria um alcance geral. Os Puritanos
afirmavam que o mundo é uma feira de vaidades, por onde se deve passar em
direção à cidade celestial. O problema não é o mundo em si, mas o mundanismo, o
desejo dos caminhos e das recompensas dele.
O cristão vive em sua vida a tensão entre o
mundanismo e o anti-mundanismo, não sendo do mundo, mas sendo liberto dele e
enviado de volta para lá. Vive ali a fim de ser ministro do mundo, mirando no
porvir, sabendo que o mundo é tudo que nele existe pertence à Deus.
Nossa vida deve
sempre ser direcionada para Deus. O que não vem do alto é mundano, animal e
diabólico Tg. 3.15. Tudo passa, mas o que faz a vontade de Deus permanece para
sempre.
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