terça-feira, 21 de junho de 2016

Estudo Bíblico: Atos 2

Atos 2
O Dia de Pentecostes
16/06/16
O pentecostes era uma festa anual dos Judeus. Ela tinha dois sentidos: um agrícola e outro histórico. No dia de pentecostes se comemorava o fim da colheita. Todos iam para Jerusalém e passavam sete semanas em Jerusalém morando em tendas. O começo era a páscoa e o final com o 50º dia era o pentecostes, daí o nome pentecostes, penta, cinco. Esta era também chamada de festa das colheitas ou festas das semanas Ex. 23.16; Dt. 16.16.
Sem o Espírito Santo não pode haver entendimento da verdade, da doação da vida, da comunhão, do caráter semelhante a Cristo, nem o testemunho cristão. Assim como um corpo sem respiração está morto, a igreja sem o ES está morta.
Assim como o Espírito Santo desceu sobre Jesus quando João o batizou, para que iniciasse seu ministério, cheio do Espírito Santo, guiados pelo Espírito e ungido pelo Espírito Lc. 3.21-22; 4.1,14,18, ele viria agora sobre os discípulos de Jesus para equipá-los para sua missão.
Perspectivas do dia de pentecostes:
1.     Foi a ato final do ministério salvador de Jesus até sua volta. O dia de pentecostes não pode repetir. O natal, sexta-feira santa, a páscoa, a ascensão e o dia de pentecostes são celebrações anuais e se repetem. Mas o nascimento, morte, ressurreição, ascensão e a descida do ES aconteceram uma única vez.
2.     O pentecostes trouxe aos discípulos ferramentas necessárias para o exercício de seu ministério.
3.     O pentecostes inaugurou a era do Espírito Santo. Os apóstolos foram equipados para serem testemunhas primárias da ressurreição de Jesus e nós somos hoje preparado para testemunhas dEle neste tempo. Embora somente eles tiveram a revelação de Jesus, nós podemos ter a plenitude do Espírito por meio de seu enchimento.
4.     O pentecostes foi o primeiro avivamento experimentado pela igreja na sua história. não apenas os sinais sobrenaturais que marcaram esse evento, mas a convicção de pecado v.37, as três mil conversões v. 41, o temor reinante entre eles v.43 são sinais de avivamento. O vento, o fogo e as línguas eram anormais, mas a comunhão, a celebração,  liberdade e o poder para testemunhar não eram. Nós também precisamos ter.
No dia de pentecostes estavam todos reunidos em um lugar, casa ou no cenáculo, ou em outra sala do templo. Em Ez. 36.27 e Jr. 31.33 vemos a promessa sobre a descida do Espírito Santo. Enquanto estavam lá um grande fenômeno aconteceu: um som, línguas como que de fogo, uma voz estranha e normal ao mesmo tempo. O som era como de um vento, mas não havia vento. As línguas eram como que de fogo, mas não havia fogo, apenas a aparência. As línguas que se falavam era concedido pelo Espírito Santo, sendo estranha e entendida ao mesmo tempo.
Se considerarmos os fenômenos considerados como recebimento do Espírito Santo, vemos algo aqui que nos chama a atenção: encheu a casa onde estavam assentados. Normalmente em um fenômeno pentecostal, as pessoas que “recebem” o Espírito Santo não estão assentados.
Havia em Jerusalém povos de todas as nacionalidades v.6. Ao ouvirem o som, uma multidão de deslocou para o lugar onde estavam acontecendo o fenômeno. Aqui vemos um sinal de que a igreja do Senhor não era uma igreja nacional, mas internacional. 
O fenômeno de línguas é um duplo: o de falar e de ouvir. Começaram a falar em línguas v.4, e os que ali estavam começaram a ouvir em sua própria língua nativa v.6. A princípio o que fica claro é que eram idiomas falados em seus países. Os crentes que haviam recebido o Espírito Santo começaram a falar em línguas, e a multidão começou a ouvir, cada um em sua língua materna v.8. Havia entre eles dúvida sobre o que estava acontecendo v.6. Era algo que nunca havia acontecido ou que eles não conheciam v.8.
O Fenômeno das línguas
1.     Esse não era um fenômeno de intoxicação por vinho v.13,15. O fruto do Espírito é domínio próprio e não descontrole. Nem todos ali ouviram e receberam bem, pois alguns zombavam.
2.     Não se tratava de uma tentativa de engano. E também não foi um fenômeno apenas de ouvir, mas duplo de falar e audição. Audição porque nem todos os que estavam ali conseguiam ouvir, antes pensavam que estavam bêbados.
3.     Não eram sons sem sentido. Não eram línguas estáticas, produto de êxtase, mas línguas que transmitiam uma mensagem como vemos no v. 11 das grandezas de Deus.
4.     O fenômeno era sobrenatural. Pelas nações ali representadas, não era possível que fosse uma língua em que todos entendessem. E o fato do v.8 falar em língua materna, mostra que eram línguas variadas. Não eram línguas estranhas, porque eram entendidas sem intérprete e cada um na sua língua.
O fenômeno de línguas descrito em 1Coríntios e At. 10 e 19 não tem uma explicação. O de At. 2 fica claro. Como sendo im princípio de interpretação interpretar textos difíceis com os claros, esses textos tem de ser interpretados à luz de At.2. Logo 1Coríntios tem de ser incorporado ao de Atos.
A ênfase que Lucas tenta dar ao escrever esse texto não é ao fenômeno, mas à diversidade nacional como no v.5 “de todas as nações de debaixo da terra”. As nações não estavam presentes literalmente, mas estavam ali representadas. A lista de Lucas inclui os descendentes de Sem Cam e Jafé. Sua lista parece com a de Gn.10. E acrescenta o Egito e a Líbia descendentes de Cam. E os cretences que pertence a terra de Jafé.

Nada poderia mostrar de forma mais claro o caráter internacional do reino de Deus. O pentecostes é uma inversão de Babel. Lá as línguas foram dividas, aqui foram unidas. Em Babel, eles queriam orgulhosamente subir ao céu, em Jerusalém o céu humildemente desce à terra. 
Baseado no livro: A Mensagem de Atos de John Stott

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Estudo Bíblico de 28 de Abril de 2016

Introdução

               O livro de Atos forma, juntamente com Lucas um único livro em dois volumes. Por isso não é possível se estudar Atos sem dar pelo menos uma rápida olhada em Lucas.
Atos narra a história da propagação do evangelho por todo o mundo gentio. Considerando que o apóstolo Paulo é denominado apóstolo aos gentios, logo o livro vai gastar a maior parte de suas páginas para falar dele.

Lucas 1.1-4
Nesta declaração introdutória de Atos, Lucas esboça 5 estágios em que o livro é dividido:
1.      Eventos Históricos:
Fatos que entre nós se realizaram. Isso quer dizer que tais fatos não aconteceram por acaso. Ocorreram para dar cumprimento à Palavra de Deus que começou a ser conhecida pelos profetas. A partir daí vemos a importância de seu relato e sua decisão, pois eram como o objetivo de cumprir a vontade de Deus. Por isso Lucas empreende narrar tudo de forma coordenada para que tal mensagem pudesse ser bem aproveitada.
2.      Testemunhas Oculares:
Lucas usa a autoridade de pessoas que andaram com Jesus e que viram toda a sua obra para relatar o que de fato estava acontecendo. Lucas chama essas testemunhas porque ele mesmo não havia sido testemunha desde o início do ministério de Jesus. Aqui ele se garante como não falando do que fosse dele mesmo, mas de pessoas que viram o que estava acontecendo.
3.      A Investigação Particular de Lucas:
Lucas faz parte de uma segunda geração de discípulos que receberam dos apóstolos todo o ensinamento para que pudesse transmitir. Mas o que mais chama a atenção é o fato de Lucas dizer que fez uma acurada investigação. Ele mesmo não aceitava aquilo de qualquer forma, mas conferia se estava de acordo com a verdade
4.      A Escrita:
Quando Lucas escreve seu evangelho ele estava vendo muitos outros escritores fazendo o mesmo trabalho. Mas ao fazer este trabalho, ele busca colocar os fatos em ordem, da forma que aconteceram, preocupado em que não haja dúvida quanto ao que estava sendo ensinado. E a providência divina nos faz entender muitos fatos por esse trabalho acurado de Lucas em seu cuidado ao registrar.
5.      A quem se Destina:
Os livros são, ambos, dirigidos a Teófilo. Ele era provavelmente um distinto cidadão romano que vivia na Grécia. Este nome significa amigo de Deus. Alguns eruditos entendem esse Teófilo como sendo um título dado à pessoas de destaque na comunidade cristã. Porém penso ser ele uma pessoa, devido ao tom pessoal que Lucas dá ao livro.
Lucas poderia muito bem ser chamado de “Evangelista”, pois a sua preocupação era que o nome de Jesus fosse proclamado. Isso fica claro em seu evangelho, pois ele dizia que: a salvação vem sendo preparada por Deus (2.30-31); a salvação é dada por Cristo (2.11); a salvação é oferecida a todos os povos (2,32).

Introdução ao Livro de Atos
Atos 1.1-5
Após vermos de uma forma bem geral a introdução ao evangelho de Lucas, passaremos a ver as questões relacionadas ao livro de Atos propriamente dita.
Os dois primeiros versículos trazem uma importante mensagem se considerarmos que o que diferencia o cristianismo de todas as outras religiões comparadas é que consideram que os seus fundadores completaram sua obra aqui na terra. O cristianismo considera que Cristo começou sua obra de salvação e que tem sido dada continuidade por meio da ação do Espírito Santo na vida das pessoas.
Após a sua morte e ressurreição, Jesus andou, ainda, aqui na terra durante quarenta dias. Este período serviu para mostrar aos seus discípulos que Ele estava vivo de fato. Não era um fantasma. Não poderia pairar a menor sombra de dúvida de que Ele realmente estava vivo. Jesus apareceu dez ou onze vezes nestes quarenta dias. Como deve ter sido consolador para aqueles homens terem visto o Cristo vivo e de uma forma tão real. Até mesmo comeu com seus discípulos.
Mas não somente isso. Podemos notar que a ascensão de Jesus marca definitivamente as duas fazes do seu ministério (terrena/celestial). Mas Jesus não subiu às alturas sem antes dar instruções claras e inquestionáveis aos apóstolos. Antes de finalizar a fase terrena de seu ministério, Ele quis ter certeza de que a obra continuaria com os apóstolos, mesmo Ele estando lá no céu, por meio da atuação do Espírito Santo na vida de seus apóstolos.
Os apóstolos ocuparam uma posição diferenciada no ministério de Jesus. Podemos ver quatro fases deste ministério em relação à Jesus:
1.      Jesus os Escolheu
Em Lucas 6.12-15 e Atos 1.24 vemos o relato lucano da escolha dos apóstolos. Eles foram escolhidos pelo próprio Cristo. Não foi indicação, ou tempo de casa. Foi o próprio Cristo que os escolhera.
2.      Jesus se Revelou a eles
Para se ser um apóstolo era necessário que tivesse andado com Ele “todo o tempo que esteve entre nós”, desde o batismo de João até sua morte e ressurreição. Era necessário que cresse que Jesus ressuscitou. Provas disso não faltaram, como já vimos.
3.      Jesus os Comissionou e Enviou
Eles eram homens enviados a ir pregar o evangelho a todo o mundo. Eles deveriam levar a mensagem de autoridade que receberam do próprio Cristo. Como preparação era necessário que conhecessem a ressurreição para serem enviados a dar testemunho.
4.      Jesus lhes Promete o Espírito Santo

Jesus os manda que esperassem em Jerusalém. Sair sem receber a capacitação do Espírito Santo só iria os fazer praticarem atos errados. Jesus diz que a promessa de João estava para ser cumprida e isso dentro de poucos dias.