Introdução
O livro de Atos forma, juntamente
com Lucas um único livro em dois volumes. Por isso não é possível se estudar
Atos sem dar pelo menos uma rápida olhada em Lucas.
Atos narra a história da propagação do evangelho por todo o mundo gentio.
Considerando que o apóstolo Paulo é denominado apóstolo aos gentios, logo o
livro vai gastar a maior parte de suas páginas para falar dele.
Lucas 1.1-4
Nesta declaração introdutória de Atos, Lucas esboça 5 estágios em que o
livro é dividido:
1.
Eventos Históricos:
Fatos que entre nós se realizaram. Isso quer dizer que tais fatos não
aconteceram por acaso. Ocorreram para dar cumprimento à Palavra de Deus que
começou a ser conhecida pelos profetas. A partir daí vemos a importância de seu
relato e sua decisão, pois eram como o objetivo de cumprir a vontade de Deus.
Por isso Lucas empreende narrar tudo de forma coordenada para que tal mensagem
pudesse ser bem aproveitada.
2.
Testemunhas Oculares:
Lucas usa a autoridade de pessoas que andaram com Jesus e que viram toda
a sua obra para relatar o que de fato estava acontecendo. Lucas chama essas
testemunhas porque ele mesmo não havia sido testemunha desde o início do
ministério de Jesus. Aqui ele se garante como não falando do que fosse dele
mesmo, mas de pessoas que viram o que estava acontecendo.
3.
A Investigação Particular de Lucas:
Lucas faz parte de uma segunda geração de discípulos que receberam dos
apóstolos todo o ensinamento para que pudesse transmitir. Mas o que mais chama
a atenção é o fato de Lucas dizer que fez uma acurada investigação. Ele mesmo
não aceitava aquilo de qualquer forma, mas conferia se estava de acordo com a
verdade
4.
A Escrita:
Quando Lucas escreve seu evangelho ele estava vendo muitos outros
escritores fazendo o mesmo trabalho. Mas ao fazer este trabalho, ele busca
colocar os fatos em ordem, da forma que aconteceram, preocupado em que não haja
dúvida quanto ao que estava sendo ensinado. E a providência divina nos faz
entender muitos fatos por esse trabalho acurado de Lucas em seu cuidado ao
registrar.
5.
A quem se Destina:
Os livros são, ambos, dirigidos a Teófilo. Ele era provavelmente um
distinto cidadão romano que vivia na Grécia. Este nome significa amigo de Deus.
Alguns eruditos entendem esse Teófilo como sendo um título dado à pessoas de
destaque na comunidade cristã. Porém penso ser ele uma pessoa, devido ao tom
pessoal que Lucas dá ao livro.
Lucas poderia muito bem ser chamado de “Evangelista”, pois a sua
preocupação era que o nome de Jesus fosse proclamado. Isso fica claro em seu
evangelho, pois ele dizia que: a salvação vem sendo preparada por Deus
(2.30-31); a salvação é dada por Cristo (2.11); a salvação é oferecida a todos
os povos (2,32).
Introdução ao
Livro de Atos
Atos 1.1-5
Após vermos de uma forma bem geral a introdução ao evangelho de Lucas,
passaremos a ver as questões relacionadas ao livro de Atos propriamente dita.
Os dois primeiros versículos trazem uma importante mensagem se
considerarmos que o que diferencia o cristianismo de todas as outras religiões
comparadas é que consideram que os seus fundadores completaram sua obra aqui na
terra. O cristianismo considera que Cristo começou sua obra de salvação e que
tem sido dada continuidade por meio da ação do Espírito Santo na vida das
pessoas.
Após a sua morte e ressurreição, Jesus andou, ainda, aqui na terra
durante quarenta dias. Este período serviu para mostrar aos seus discípulos que
Ele estava vivo de fato. Não era um fantasma. Não poderia pairar a menor sombra
de dúvida de que Ele realmente estava vivo. Jesus apareceu dez ou onze vezes
nestes quarenta dias. Como deve ter sido consolador para aqueles homens terem
visto o Cristo vivo e de uma forma tão real. Até mesmo comeu com seus
discípulos.
Mas não somente isso. Podemos notar que a ascensão de Jesus marca
definitivamente as duas fazes do seu ministério (terrena/celestial). Mas Jesus
não subiu às alturas sem antes dar instruções claras e inquestionáveis aos
apóstolos. Antes de finalizar a fase terrena de seu ministério, Ele quis ter
certeza de que a obra continuaria com os apóstolos, mesmo Ele estando lá no
céu, por meio da atuação do Espírito Santo na vida de seus apóstolos.
Os apóstolos ocuparam uma posição diferenciada no ministério de Jesus.
Podemos ver quatro fases deste ministério em relação à Jesus:
1.
Jesus os Escolheu
Em Lucas 6.12-15 e Atos 1.24 vemos o relato lucano da escolha dos
apóstolos. Eles foram escolhidos pelo próprio Cristo. Não foi indicação, ou
tempo de casa. Foi o próprio Cristo que os escolhera.
2.
Jesus se Revelou a eles
Para se ser um apóstolo era necessário que tivesse andado com Ele “todo o
tempo que esteve entre nós”, desde o batismo de João até sua morte e
ressurreição. Era necessário que cresse que Jesus ressuscitou. Provas disso não
faltaram, como já vimos.
3.
Jesus os Comissionou e Enviou
Eles eram homens enviados a ir pregar o evangelho a todo o mundo. Eles
deveriam levar a mensagem de autoridade que receberam do próprio Cristo. Como
preparação era necessário que conhecessem a ressurreição para serem enviados a
dar testemunho.
4.
Jesus lhes Promete o Espírito Santo
Jesus os manda que esperassem em Jerusalém. Sair
sem receber a capacitação do Espírito Santo só iria os fazer praticarem atos
errados. Jesus diz que a promessa de João estava para ser cumprida e isso
dentro de poucos dias.