Atos
2
O Dia de Pentecostes
16/06/16
O pentecostes era uma festa anual dos
Judeus. Ela tinha dois sentidos: um agrícola e outro histórico. No dia de
pentecostes se comemorava o fim da colheita. Todos iam para Jerusalém e
passavam sete semanas em Jerusalém morando em tendas. O começo era a páscoa e o
final com o 50º dia era o pentecostes, daí o nome pentecostes, penta, cinco.
Esta era também chamada de festa das colheitas ou festas das semanas Ex. 23.16;
Dt. 16.16.
Sem o Espírito Santo não pode haver
entendimento da verdade, da doação da vida, da comunhão, do caráter semelhante
a Cristo, nem o testemunho cristão. Assim como um corpo sem respiração está
morto, a igreja sem o ES está morta.
Assim como o Espírito Santo desceu sobre
Jesus quando João o batizou, para que iniciasse seu ministério, cheio do
Espírito Santo, guiados pelo Espírito e ungido pelo Espírito Lc. 3.21-22; 4.1,14,18,
ele viria agora sobre os discípulos de Jesus para equipá-los para sua missão.
Perspectivas
do dia de pentecostes:
1.
Foi a ato final do ministério
salvador de Jesus até sua volta. O dia de pentecostes não pode repetir. O
natal, sexta-feira santa, a páscoa, a ascensão e o dia de pentecostes são
celebrações anuais e se repetem. Mas o nascimento, morte, ressurreição, ascensão
e a descida do ES aconteceram uma única vez.
2.
O pentecostes trouxe aos discípulos
ferramentas necessárias para o exercício de seu ministério.
3.
O pentecostes inaugurou a era do Espírito
Santo. Os apóstolos foram equipados para serem testemunhas primárias da
ressurreição de Jesus e nós somos hoje preparado para testemunhas dEle neste
tempo. Embora somente eles tiveram a revelação de Jesus, nós podemos ter a
plenitude do Espírito por meio de seu enchimento.
4.
O pentecostes foi o primeiro
avivamento experimentado pela igreja na sua história. não apenas os sinais
sobrenaturais que marcaram esse evento, mas a convicção de pecado v.37, as três
mil conversões v. 41, o temor reinante entre eles v.43 são sinais de
avivamento. O vento, o fogo e as línguas eram anormais, mas a comunhão, a
celebração, liberdade e o poder para
testemunhar não eram. Nós também precisamos ter.
No dia de pentecostes estavam todos reunidos
em um lugar, casa ou no cenáculo, ou em outra sala do templo. Em Ez. 36.27 e
Jr. 31.33 vemos a promessa sobre a descida do Espírito Santo. Enquanto estavam
lá um grande fenômeno aconteceu: um som, línguas como que de fogo, uma voz
estranha e normal ao mesmo tempo. O som era como de um vento, mas não havia
vento. As línguas eram como que de fogo, mas não havia fogo, apenas a
aparência. As línguas que se falavam era concedido pelo Espírito Santo, sendo
estranha e entendida ao mesmo tempo.
Se considerarmos os fenômenos
considerados como recebimento do Espírito Santo, vemos algo aqui que nos chama
a atenção: encheu a casa onde estavam assentados. Normalmente em um fenômeno
pentecostal, as pessoas que “recebem” o Espírito Santo não estão assentados.
Havia em Jerusalém povos de todas as
nacionalidades v.6. Ao ouvirem o som, uma multidão de deslocou para o lugar
onde estavam acontecendo o fenômeno. Aqui vemos um sinal de que a igreja do
Senhor não era uma igreja nacional, mas internacional.
O
fenômeno de línguas é um duplo: o de falar e de ouvir. Começaram a falar em
línguas v.4, e os que ali estavam começaram a ouvir em sua própria língua
nativa v.6. A princípio o que fica claro é que eram idiomas falados em seus
países. Os crentes que haviam recebido o Espírito Santo começaram a falar em
línguas, e a multidão começou a ouvir, cada um em sua língua materna v.8. Havia
entre eles dúvida sobre o que estava acontecendo v.6. Era algo que nunca havia
acontecido ou que eles não conheciam v.8.
O
Fenômeno das línguas
1.
Esse não era um fenômeno de
intoxicação por vinho v.13,15. O fruto do Espírito é domínio próprio e não
descontrole. Nem todos ali ouviram e receberam bem, pois alguns zombavam.
2.
Não se tratava de uma tentativa de
engano. E também não foi um fenômeno apenas de ouvir, mas duplo de falar e
audição. Audição porque nem todos os que estavam ali conseguiam ouvir, antes
pensavam que estavam bêbados.
3.
Não eram sons sem sentido. Não eram
línguas estáticas, produto de êxtase, mas línguas que transmitiam uma mensagem
como vemos no v. 11 das grandezas de Deus.
4.
O fenômeno era sobrenatural. Pelas
nações ali representadas, não era possível que fosse uma língua em que todos
entendessem. E o fato do v.8 falar em língua materna, mostra que eram línguas
variadas. Não eram línguas estranhas, porque eram entendidas sem intérprete e
cada um na sua língua.
O fenômeno de línguas descrito em
1Coríntios e At. 10 e 19 não tem uma explicação. O de At. 2 fica claro. Como
sendo im princípio de interpretação interpretar textos difíceis com os claros,
esses textos tem de ser interpretados à luz de At.2. Logo 1Coríntios tem de ser
incorporado ao de Atos.
A ênfase que Lucas tenta dar ao escrever
esse texto não é ao fenômeno, mas à diversidade nacional como no v.5 “de todas
as nações de debaixo da terra”. As nações não estavam presentes literalmente,
mas estavam ali representadas. A lista de Lucas inclui os descendentes de Sem
Cam e Jafé. Sua lista parece com a de Gn.10. E acrescenta o Egito e a Líbia
descendentes de Cam. E os cretences que pertence a terra de Jafé.
Nada poderia mostrar de forma mais claro
o caráter internacional do reino de Deus. O pentecostes é uma inversão de
Babel. Lá as línguas foram dividas, aqui foram unidas. Em Babel, eles queriam
orgulhosamente subir ao céu, em Jerusalém o céu humildemente desce à terra.
Baseado no livro: A Mensagem de Atos de John Stott
Nenhum comentário:
Postar um comentário